quarta-feira, 2 de maio de 2012

ARISTÓTELES: Potência e ato


Aristóteles e a realidade
Aristóteles também retomou o problema da permanência e da mudança e realizou uma reviravolta: sem questionar o estatuto da mudança em si, procurou analisar a realidade que muda, entendendo que o movimento existe  e que não se encontra fora das coisas.
Aristóteles afirma que em, em todo ser, devemos distinguir: o ato e a potência.

O Ato e a Potência
O Ato:
A manifestação do real do ser, aquilo que ele já é.
Ex: a semente é, em ato, uma semente.
A Potência:
As possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda não é mas que pode vir  a ser.
Ex:  a semente é, em potência, a árvore.

Nota:
Podemos entender que todas as coisas naturais são ato e potência, isto é, são algo e podem vir a ser algo distinto. Uma semente pode tornar-se uma árvore se encontrar as condições para isso, do mesmo modo que uma árvore que está sem flores pode tornar-se com o tempo, uma árvore florida, manifestando em ato aquilo que já continha intrinsecamente como potência.
Desta forma, ato e potência explicam a mudança no mundo, o movimento e a transitoriedade das coisas.

Observe a Relação
Podemos observar um paralelismo entre matéria e potência e entre forma e ato.
  
Substância e Acidente
Segundo Aristóteles, devemos distinguir em todos os seres existentes o que neles é:
Substancial:
atributo estrutural e essencial do ser, aquilo que mais intimamente o ser é e sem o qual ele não é. Assim todo ser tem sua substância, de tal maneira que devem existir tantas substâncias quantos seres existam.
Acidental:
atributo circunstancial e não essencial do ser; aquilo que ocorre no ser, mas que não é necessário para definir a natureza própria desse ser.

Vamos pensar um pouco...

É da natureza humana, a mentira?

O ser pode, dependendo de suas circunstâncias tornar-se em algo diverso de sua condição?

Como isso poderia ocorrer?

O crime é um exemplo de como o ser foge de sua condição benevolente?

Ou a sua essência é má?

Um criminoso nasce criminoso?

Onde encontramos o ato e a potência nessa situação?

domingo, 29 de abril de 2012

O Universo das Artes


Arte e Filosofia
Então, pergunta-se: o que significa, afinal, filosofia da arte? Como ela surgiu? E, mais importante, como é possível pensar a arte filosoficamente?
A relação do pensamento filosófico com a criação artística.

Concepções da relação arte-sociedade
Formalismoé a perfeição da forma que conta e não o conteúdo da obra;
Conteudistaé a “mensagem” que conta, mesmo que a forma da obra seja precária, descuidada, repetitiva e sem força inovadora.
“A arte seria tratada simplesmente como objeto de mercadoria, estando sujeita as leis de oferta e procura do mercado.”

O nascimento da arte de massa
Com o desenvolvimento da sociedade industrial e das grandes metrópoles, surge então grande massa de consumidores dos produtos industriais para os quais começaram a ser reproduzidas, em larga escala.
Distinguem-se em:
Folclore ( baseado nas tradições);
Popular (criações dos artistas que pertencem à classe trabalhadora);
Erudita ou de elite (as criações complexas e de vanguarda);
De Massa: (financiada por empresas e produzem em escala industrial).

Industria Cultural e Cultura de Massa
Termo dado pelos filósofos Adorno e Horkheimer.
Adorno e Horkheimer afirmavam que a máquina capitalista de reprodução e distribuição da cultura estaria apagando aos poucos tanto a arte erudita quanto a arte popular.
Isso estaria acontecendo porque o valor crítico dessas duas formas artísticas é neutralizado por não permitir a participação intelectual dos seus espectadores.  Sendo apenas receptores.

As regras do mercado
De fato, a partir da segunda revolução industrial no séc. XIX nas chamadas sociedades pós-industrial ou sociedade pós-moderna, as artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e a ideologia da Industria Cultural.
“As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe no capitalismo”.

Arte como espetáculo
A Industria cultural também cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja.
A industria cultural vende cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor.
A “média” é o senso comum cristalizado que a industria cultural devolve com cara de coisa nova.

Os meios de comunicação
A expressão comunicação de massa foi criada para referir-se aos objetos tecnológicos capazes de transmitir a mesma informação para um público amplo (massa).
A industria cultural e a comunicação de massa não podem ser tratadas como coisas distintas, pois, ambas são capazes de atingir um grande número de indivíduos, de transmitir um conhecimento ou de alienar. São pertencentes a cultura de massa a televisão, o rádio, os jornais, as revistas e toda e qualquer fonte de informação.
Não pelo que são, mas sim por serem utilizadas pela elite com o real intuito de manipular a população.

Considerações Finais
Considerando-se, diz Adorno, que o iluminismo tem como finalidade libertar os homens do medo, tornando-os senhores e liberando o mundo da magia e do mito,  admitindo-se que essa finalidade pode ser atingida por meio da Ciência e da tecnologia, tudo levaria a crer que o iluminismo instauraria o poder do homem sobre a Ciência e sobre a técnica.
Mas os invés disso, liberto do medo mágico, o homem tornou-se vítima de novo engodo; o progresso da dominação técnica. Esse progresso transformou-se em poderoso instrumento utilizado pela industria cultural para conter o desenvolvimento da consciência das massas. A indústria cultural, nas palavras do próprio Adorno, “impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente.

MAX WEBER


AÇÃO SOCIAL

MAX WEBER  (1864-1920)
Sociólogo e Cientista Político alemão, considerado um dos mais importantes pensadores modernos, ele foi um dos fundadores clássicos da Sociologia.
Criou a Sociologia da Religião, na qual desenvolvia estudos comparados entre a história econômica e a história das doutrinas religiosas.

Max Weber ...
Nasceu na cidade de Erfurt (Alemanha), numa família de burgueses liberais.
Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia, constantemente interrompidos por uma doença que o acompanhou por toda vida.
Iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático na universidade de Heidelberg. Foi também um dos primeiros cientistas sociais a chamar a atenção para o fenômeno da burocracia, não só no Estado moderno mas também ao longo da História. De acordo com ele, a Sociologia deveria estudar o sentido da ação humana individual, que deve ser buscado pelo método da interpretação e da compreensão.
Weber preocupava-se ainda com a responsabilidade social dos cientistas políticos e defendia a busca de neutralidade na vida acadêmica e na investigação científica. É a conduta humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; acentua a importância de ser a ação social uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente.

Max Weber e seu pensamento
As teorias de Weber exerceram grande influência sobre as Ciências Sociais a partir da década de 1920. Em uma de suas obras mais conhecidas, procurou demonstrar a existência de uma estreita ligação entre a ética protestante e ascensão do capitalismo.
Principais Obras: A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905);
       Economia e Sociedade (publicada postumamente em 1922).

Weber e a dominação
No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja, o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de dominação particular.

Segundo a perspectiva de Weber, o caráter particular e específico de cada formação social e histórica deverá ser respeitada.
O conhecimento histórico, entendido como a busca de evidências, torna-se um poderoso instrumento para o cientista social.

Weber  e suas perspectivas...
Weber consegue dominar duas perspectivas:
A Histórica: que respeita as particularidades de cada sociedade;
A Sociológica: que ressalta os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico.

MAX WEBER E AÇÃO SOCIAL
O objeto de investigação é a AÇÃO SOCIAL, a conduta humana dotada de sentido, isto é, de uma justificativa subjetiva e elaborada.
É o agente social que dá sentido à sua ação: estabelece a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos.
Para Weber, as normas sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação.

Para Weber ...
Cada indivíduo age levado por motivos que resultam da influência da tradição, dos interesses racionais e da emotividade.
A tarefa do cientista era descobrir os possíveis sentidos da ação humana.
O cientista, como todo indivíduo em ação, age guiado por seus motivos, sua cultura, sua tradição.

Portanto ...
Para a sociologia Weberiana, os acontecimentos que integram o social tem origem nos indivíduos. Qualquer que seja a perspectiva adotada por um cientista, ela será sempre parcial. Um mesmo acontecimento pode ter causas econômicas, políticas e religiosas, sem que nenhuma dessas causas seja superior à outra em significância.

Referência
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade.
São Paulo: Moderna, 2005.

KARL MARX


A Exploração do Homem pelo próprio Homem

Vida e Obra
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista.
Em 1867 publicou Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital. É um livro principalmente econômico, resultado dos estudos no British Museum, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital etc.
Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky como volume IV (1904-10).

MATERIALISMO HISTÓRICO
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com Proudhon:
“As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial”.

AS LUTAS DE CLASSE
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico.
Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente dialética das forças entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’O Manifesto Comunista:
    “A história de toda sociedade passado é a história da luta de classes”.


Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.

MARX E A LUTA DE CLASSE
Luta de classes foi a denominação dada por Karl Marx, ideólogo do comunismo juntamente com Friedrich Engels, para designar o confronto entre o que consideravam os opressores (a  burguesia) e os oprimidos (o proletariado), consideradas classes antagônicas e existentes no modo de produção capitalista. A luta de classes se expressa nos terrenos econômico, ideológico e político. 
Ela teria começado com a criação da propriedade privada dos meios de produção. A partir daí, a sociedade passou a ser dividida entre proprietários (burguesia) e trabalhadores (proletariado),ou seja, possuidores dos meios de produção e possuidores unicamente de sua força de trabalho.

MAIS-VALIA
Karl Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendo esta distinção, Marx rompe com a idéia ricardiana do lucro como "resíduo" e percebe a possibilidade de os capitalistas ampliarem autonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra.

SOCIALISMO
A História das Idéias Socialistas possui alguns cortes de importância. O primeiro deles é entre os socialistas Utópicos e os socialistas Científicos, marcado pela introdução das idéias de Marx e Engels no universo das propostas de construção da nova sociedade. O avanço das idéias marxistas consegue dar maior homogeneidade ao movimento socialista internacional.
Pela primeira vez, trabalhadores de países diferentes, quando pensavam em socialismo, estavam pensando numa mesma sociedade - aquela preconizada por Marx - e numa mesma maneira de chegar ao poder.

COMUNISMO
As idéias básicas de Karl Marx estão expressas principalmente no livro O Capital e n'O Manifesto Comunista, obra que escreveu com Friedrich Engels, economista alemão. Marx acreditava que a única forma de alcançar uma sociedade feliz e harmoniosa seria com os trabalhadores no poder. Em parte, suas idéias eram uma reação às duras condições de vida dos trabalhadores no século XIX, na França, na Inglaterra e na Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das minas eram mal pagos e tinham de trabalhar muitas horas sob condições desumanas.
Marx estava convencido que a vitória do comunismo era inevitável. Afirmava que a história segue certas leis imutáveis, à medida que avança de um estágio a outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que conduzem a um estágio superior de desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx, é o último e mais alto estágio de desenvolvimento.

ASPECTOS DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA


História e Progresso
O século XIX é, na filosofia, o grande século da descoberta da história ou da historicidade do homem, da sociedade, das ciências e das artes.
A visão progressista da humanidade foi também desenvolvida pelo filósofo Auguste Comte, que atribuía o progresso ao desenvolvimento das ciências.
“saber para prever, prever para prover”
No séc. XX a ideia de progresso passou a ser questionada, pois servia de desculpa para legitimar colonialismos e imperialismos.
 O MAIS adiantados – dominando os menos adiantados (atrasados).
“Passa-se também a criticar também a ideia de progresso das ciências e das técnicas, mostrando-se que, em cada época histórica e para cada sociedade, os conhecimentos e as práticas possuem sentido e valor próprios, levando em conta cada sociedade e sua historicidade”.

As Ciências e as Técnicas
No século XX, a filosofia passou a desconfiar do otimismo científico-tecnológico.
As ciências e as técnicas foram incorporadas a grandes complexos industriais e militares, que financiam pesquisas e definem o que deve ser pesquisado e como serão utilizados os resultados.
Exemplo: Complexo industrial-militar das grandes potências mundiais.


Razão Instrumental e Razão Crítica
A razão instrumental é a razão técnico-científica, que faz das ciências e das técnicas não um meio de liberação dos seres humanos, mas um meio de intimidação, medo, terror e desespero.
A razão crítica é aquela que analisa e interpreta  os limites e os perigos do pensamento instrumental e afirma que as mudanças sociais, políticas e culturais só se realizarão verdadeiramente se tiverem como finalidade a emancipação do gênero humano.

Os ideais políticos revolucionários
A filosofia do séc. XX, passou também a desconfiar do otimismo revolucionário (anarquismo, socialismo, comunismo) e das utopias e a indagar se os seres humanos, os explorados e dominados serão capazes de criar e manter uma nova sociedade, justa e feliz.

Dica de filme sobre o tema:



A EXISTÊNCIA DA ÉTICA


Senso Moral e Consciência Moral
SENSO MORAL:   Norteia atitudes que passam com o tempo a ser uma forma de conduta do ser humano para que ele tenha a capacidade de optar pelo caminho mais adequado para resolver seus problemas.
É todo esse projeto de formação de caráter que molda a consciência moral do indivíduo.
CONSCIÊNCIA MORAL: Diz respeito ao modo como julgamos as situações.

Podemos entender que...
O senso moral e a consciência moral julgam e absorvem valores; como justiça, integridade, honradez, honestidade etc., além de sentimentos, como culpa, vergonha, amor, dúvida, medo, que conjuntamente agrupam as decisões que vamos tomar a partir de nossa consciência moral.

Enfim, é um processo de valorização do conhecimento, do que deve ser, separado entre o bem e o mal, ou entre o bom e o mau.

O Senso moral é a maneira como avaliamos nossa situação e a de nossos semelhantes segundo ideias como as de justiça e injustiça.
É a avaliação de nosso comportamento segundo ideias como as de certo e errado, ou seja, é, a maneira como avaliamos a conduta e a ação de outras pessoas segundo ideias como as de mérito e grandeza de alma.

Consciência Moral
Não se limita aos nossos sentimentos morais, mas se refere também às avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em conformidade com elas e a responder por elas perante os outros.
O senso moral e a consciência moral referem-se a valores, a sentimentos provocados pelos valores (admiração, vergonha, culpa, amor, dúvida, medo) e as decisões que conduzem a ações e consequências para nós e para os outros.

Os sentimentos e as ações morais são aquelas que dependem apenas de nós mesmos, que nascem de nossa capacidade de avaliar e decidir por nós mesmos e não levados por outros ou obrigados por eles; em outras palavras, o senso e a consciência morais têm como pressuposto fundamental a ideia de liberdade do agente.

MATERIAL SOBRE LÓGICA – SILOGISMO


Conceitos elementares de lógica
Raciocinar com acerto é um cuidado a ser tomado. Mais do que isso, é uma obrigação. Daí acharmos interessante oferecer algumas lições elementares sobre as "leis do pensamento". Estas lições foram publicadas anteriormente em diversas edições do Almanaque sob o título "Regrinhas elementares de lógica.

1. Proposições, premissas e silogismos
Comecemos considerando as seguintes afirmações:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Portanto, Sócrates é mortal. 
 Cada uma delas é uma proposição. Às duas primeiras se dá o nome de premissas, à última, conclusão. Ao conjunto das três, dá-se o nome de silogismo.
Neste silogismo notamos três elementos: homem, mortal e Sócrates. Se eliminarmos 'homem' das duas premissas, ficamos apenas com dois elementos: 'Sócrates' e 'mortal', elementos estes que aparecem na conclusão.
Na construção da conclusão há, assim, um processo de eliminação. Ao elemento eliminado ('homem' no caso) chamaremos de elemento ou termo intermediário.
Outro exemplo de silogismo:
Nenhuma fruta tem semente.
Mamão é fruta.
Logo, mamão não tem semente.
Nele, o elemento intermediário é 'fruta'. Eliminando-se 'fruta' ficamos com 'semente' e 'mamão', que são os que aparecem na conclusão. O silogismo é, portanto, formalmente, correto.
Contudo a conclusão não é verdadeira.Um silogismo tem, assim, duas qualidades, a saber, sua forma e seu conteúdo (ou matéria). Pela sua forma, ele pode ser correto ou incorreto; pelo seu conteúdo, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa.

2. Tipos de proposições
Vimos que um silogismo (se você acha que a palavra silogismo é complicada, tente substituí-la por raciocínio lógico e continuar seus estudos) consiste de duas premissas e uma conclusão. A conclusão é apoiada nas premissas. Se a conclusão é verdadeira ou falsa vai depender da veracidade das premissas. Um silogismo pode ser formalmente correto, contudo seu conteúdo pode produzir uma conclusão falsa.
Como evitarmos conclusões falsas? Para responder esta pergunta devemos continuar nosso estudo.

Vimos na Seção 1 que os silogismos são formados por proposições. Agora vamos examinar os tipos de proposições.
Uma proposição pode ser:
- afirmativa: Todo homem é mortal (afirma algo).
- negativa: Girafa não é homem (nega algo).
- universal: Todo homem é racional (abarca a classe completa dos homens).
- particular: Carlos é homem (refere-se a um indivíduo da classe dos homens).

As proposições são designadas por vogais:
A - universal afirmativa (Todo homem é mortal; toda fruta é vegetal.)
E - universal negativa (O homem não é um mineral; frutas não são animais.)
I - particular afirmativa (Algum animal é feroz; alguma fruta é vermelha.)
O - particular negativa (Carlos não é imortal; banana não é mineral.)
 
Mais exemplos:
 A - Todos os esportes são atividades saudáveis; todas as víboras são perigosas.
E - Nenhum abuso é uma atividade saudável; nenhum espírito tem pernas.
I - Algumas frutas são doces; alguns coelhos são lentos.
O - Algumas frutas não são doces; algumas estrelas não são visíveis.

3. Estrutura das proposições
 Nas seções anteriores, vimos que um silogismo é constituído por proposições – duas premissas e a conclusão. Vimos, também, que as premissas podem ser afirmativas ou negativas, universais ou particulares, e são caracterizadas pelas vogais A, E, I e O.
 Antes de continuar, é importante que você tenha entendido os conceitos de silogismo, proposição, premissas e conclusão.
Toda ciência tem sua linguagem própria e é essencial dominar essa linguagem. Se houver alguma dúvida, recomendamos reestudar as duas seções anteriores antes de prosseguir.

Agora vamos estudar com um pouco mais de detalhes a estrutura das proposições e enriquecer nosso vocabulário específico do assunto.
 Retomemos o exemplo apresentado logo no início da primeira seção:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Portanto, Sócrates é mortal. 
 Neste silogismo notamos a presença de três termos, a saber, homem, mortal e Sócrates.
O primeiro termo, 'mortal', se diz termo maior e é indicado pela letra T.
O segundo termo, 'Sócrates', se diz termo menor, e se indica pela letra t.
 Finalmente, o termo 'homem' se diz termo médio e se indica pela letra M. O termo médio também é chamado de termo intermediário; é aquele que é eliminado na apresentação da conclusão (ver primeira seção). Em geral, ele entra como sujeito numa das premissas e como predicado na outra.


A premissa que contém o termo maior chama-se premissa maior, e a que contém o termo menor se chama premissa menor. No exemplo acima:
a premissa maior é 'Todo homem é mortal' (contém o termo maior 'mortal'),
e a premissa menor é 'Sócrates é homem' (contém o termo menor 'Sócrates').

Note que na conclusão (Portanto, Sócrates é mortal), o termo médio foi eliminado. Assim, na conclusão aparecem apenas os termos maior e menor.

Exemplos:
Um cachorro é um animal.
Totó é um cachorro.
Logo, Totó é um animal.

Termo maior: T = animal;
termo médio: M = cachorro;
termo menor: t = Totó.


Por que os termos têm esses nomes? Geralmente, podemos entender a razão lançando mão do conceito de extensão. E isso não é nada complicado, como veremos.
Note que 'mortal' é um conceito mais amplo do que 'homem'. O conceito 'homem' está contido no conceito 'mortal'. Há outros mortais além do homem. Assim 'mortal' é uma classe maior, que contém 'homem'. Então, dizemos que 'mortal' tem extensão maior do que 'homem'.
 O conceito de extensão é relativo. Para entender o significado desta afirmação, considere os termos: animal, cachorro e pequinês (estamos nos referindo a uma raça de cachorro e não àquele que nasceu em Pequim). O termo 'animal' tem extensão maior do que o termo 'cachorro'. Todo cachorro é animal, mas nem todo animal é cachorro. Por outro lado, o termo 'cachorro' tem extensão maior do que o termo 'pequinês'. Todo pequinês é cachorro, mas nem todo cachorro é pequinês.

4. Regras do silogismo
 Antes de continuar, recomenda-se ao leitor recapitular os conceitos de proposição, premissa, silogismo, termos (maior, médio e menor).
 Os silogismos devem observar algumas regras empíricas. As fundamentais são apenas três, mas, para facilitar o estudo, costuma-se apresentar oito regras.

4.1 As oito regras do silogismo
1ª O silogismo deve ter apenas três termos.
 Esta regra talvez seja a que requer análise mais cuidadosa. Daremos alguns exemplos que ajudarão a entendê-la.
O cão late.
O cão é uma constelação.
Logo, uma constelação late.
 Neste exemplo, o termo médio 'cão' se apresenta com duas extensões. O silogismo tem, então, quatro termos.
Alguns homens são dignos.
Os criminosos são homens.
Logo, os criminosos são dignos.
 Neste exemplo, o termo médio 'homens' é tomado numa premissa em parte de sua extensão e, na outra, em outra parte de sua extensão. O silogismo tem, então, quatro termos.
As estrelas são sóis.
Toda estrela é um astro.
Logo, todo astro é um sol.
 Este silogismo tem quatro termos, porque 'astro' é tomado particularmente na premissa menor (a segunda), e universalmente na conclusão. Para que o silogismo fosse correto seria necessário concluir: Portanto, algum astro é um sol. ('astro' não teria duas extensões.)

2ª O termo médio nunca pode entrar na conclusão.
3ª O termo maior é predicado na conclusão e o termo menor é sujeito da conclusão.
4ª O termo médio tem que ter extensão universal pelo menos numa das premissas.
5ª Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
6ª Na conclusão segue-se a parte mais fraca.
 Seguem algumas considerações para facilitar o entendimento desta regra:
 ° uma proposição negativa é mais fraca do que uma proposição afirmativa;
° uma proposição particular é mais fraca do que uma proposição universal.

7ª De duas premissas negativas nada se pode concluir.
 No caso de duas premissas negativas, o termo médio não desempenha o seu papel de mediador entre os termos maior e menor.

8ª De duas premissas particulares nada se pode concluir.
 Estas oito regras estão contidas nas três regras fundamentais, indicadas a seguir.

4.2 As três regras fundamentais do silogismo
1. O silogismo deve ter apenas três termos.
2. Nada se conclui de duas premissas negativas.
3. Nada se conclui de duas premissas particulares.
 Mais exemplos ilustrativos:
 A) Açúcar é doce.
Açúcar é um metal.
Logo, metal é doce.


Viola a primeira regra.
 B) Os pássaros voam.
Os pássaros são animais.
Logo, os animais voam.


Viola a primeira regra.
 C) Os poderosos não são misericordiosos.
Os pobres não são poderosos.
Logo, os pobres são misericordiosos.


Peca contra a sétima regra (segunda regra fundamental).
 D) Todos os homens são seres vivos.
Todos os seres vivos são mortais.
Logo, todos os seres vivos são homens.


Ilegítimo: o termo médio não pode aparecer na conclusão (segunda regra).
E) Todos os gatos são mortais.
Todos os gatos são quadrúpedes.
Logo, todos os mortais são quadrúpedes.


Peca-se contra contra a quinta regra. A conclusão lógica correta seria Logo, alguns quadrúpedes são mortais.
F) Alguns animais não são quadrúpedes.
Alguns seres vivos não são animais.
Logo, alguns seres vivos não são quadrúpedes.


Peca contra a sétima e a oitava regras.
G) Alguns índios não são brancos.
Alguns brancos são portugueses.
Logo, alguns portugueses não são índios.


Ilegítimo, porque de duas premissas particulares nada se pode concluir (oitava regra).
H) Divirta-se (porque ninguém é de ferro): Perguntou-se a um lógico o que ele preferia: metade de um ovo cozido ou a bem-aventurança na vida eterna. Ele respondeu – Metade de um ovo, pois nada é melhor do que a bem-aventurança na vida eterna, e meio ovo é melhor do que nada.

Bons Estudos!!!
Saudações Filosóficas!