Aristóteles e a
realidade
Aristóteles
também retomou o problema da permanência e da mudança e realizou uma
reviravolta: sem questionar o estatuto da mudança em si, procurou analisar a realidade
que muda, entendendo que o movimento existe e que não se encontra fora das coisas.
Aristóteles
afirma que em, em todo ser, devemos distinguir: o ato e a potência.
O Ato e a Potência
O Ato:
A
manifestação do real do ser, aquilo que ele já é.
Ex:
a semente é, em ato, uma semente.
A Potência:
As
possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda não é mas que pode
vir a ser.
Ex: a semente é, em potência, a árvore.
Nota:
Podemos
entender que todas as coisas naturais são ato e potência, isto é, são algo e
podem vir a ser algo distinto. Uma semente pode tornar-se uma árvore se
encontrar as condições para isso, do mesmo modo que uma árvore que está sem
flores pode tornar-se com o tempo, uma árvore florida, manifestando em ato
aquilo que já continha intrinsecamente como potência.
Desta
forma, ato e potência explicam a mudança no mundo, o movimento e a
transitoriedade das coisas.
Observe a Relação
Podemos
observar um paralelismo entre matéria e potência e entre forma e ato.
Substância e Acidente
Segundo
Aristóteles, devemos distinguir em todos os seres existentes o que neles é:
Substancial:
atributo
estrutural e essencial do ser, aquilo que mais intimamente o ser é e sem o qual
ele não é. Assim todo ser tem sua substância, de tal maneira que devem existir tantas
substâncias quantos seres existam.
Acidental:
atributo
circunstancial e não essencial do ser; aquilo que ocorre no ser, mas que não é
necessário para definir a natureza própria desse ser.
Vamos
pensar um pouco...
É da
natureza humana, a mentira?
O ser
pode, dependendo de suas circunstâncias tornar-se em algo diverso de sua
condição?
Como
isso poderia ocorrer?
O crime
é um exemplo de como o ser foge de sua condição benevolente?
Ou a
sua essência é má?
Um
criminoso nasce criminoso?
Onde
encontramos o ato e a potência nessa situação?